2012-Abril-18/19. Até
a vista, La Paz!
Desliguei o micro
depois de abrir e tratar os e-mails e os spams. Já era três da
tarde. Fui ver como estava o sono da Carmen. Só de abrir a nossa
porta do quarto, que range uma barbaridade, ela acordou. - Que horas
são? Três. E se quisermos ver alguma coisa temos de ir logo, pois
as cinco e meia o sol desaparece. Virou pro lado e ferrou novamente.
Fui ao banheiro. Porta abre, porta fecha, e ela acorda novamente. -
Tenho de levantar! Acho que sim. E sentou-se.
Saímos sem muitos
agasalhos. Câmeras à mão, pés no chão! Andamos por várias
ruazitas do centro, entramos na igreja São Francisco e já na porta
nos atacaram informando que não poderíamos sacar nenhum tipo de
fotos. Igreja enorme, escura como todas as outras que visitamos na
Bolívia. Muitas imagens e adornos folhados a ouro. Voltamos para a
calle e subimos e descemos, subimos e descemos, sempre despacito,
para evitar o cansaço que, como todos sabem, nessas alturas vem com
uma facilidade grande. Paramos em frente à praça da Catedral. Havia
muita gente, crianças, mulheres com seus trajes típicos, e muitas
pombas. Vários grupos de pombas buscavam farelos lançados por
adultos e crianças. Entramos na catedral. Ficamos pouco. Percorremos
outras ruas mais na parte de cima em relação ao nosso hotel e
depois retornamos. Já era início da noite. Chegamos e entramos numa
agência de turismo que está instalada no hall de entrada do hostal
e ali iniciamos uma boa conversação com as 4 moças e Alex, o
chefe, sobre as possibilidades turísticas para nós no dia seguinte,
haja vista nossa experiência de hoje, quando conhecemos praticamente
tudo no centro da cidade. City tour não nos interessava porque já
havíamos visto o que queríamos e estávamos interessados em
passeios nas cercanias de La Paz. No final acertamos um tour
exclusivo para três pontos turísticos: Vale de la Luna, Vale Las
Animas, e Canion La Palca. Sairíamos no dia seguinte às 7h30 e
voltaríamos às 13h00 tendo ainda uma tarde para aproveitar o
centrinho. Pagamos ali mesmo e fomos jantar na pizzaria do hall do
próprio hostal. Tinha wireless e desembolsamos o micrinho e botamos
mãos à obra. Quando abri meu e-mail, havia uma mensagem da Kanoo
Tours, que nos organizou o tour no salar. Surpresa: está programada
uma barricada na estrada que vai de La Paz a Oruro na sexta-feira e
as rotas de ônibus estarão bloqueadas. Putz! E agora? No mesmo
e-mail a moça responsável nos aconselhava a viajar a Oruro no dia
anterior, ou seja, na quinta-feira, para garantir a viagem. Teríamos
de cancelar nossa estadia em La Paz e arrumar hospedagem em Oruro.
Primeiro pensamento foi cancelar o tour do dia seguinte e dedicar-se
a resolver o problema. Fui até a agência de turismo e conversei com
eles a respeito e fiquei mais tranquilo, pois me disseram que é
muito fácil conseguir passagens para Oruro e mais fácil ainda
conseguir hospedagem lá. Assim, mantivemos o tour do dia seguinte e
escrevi para a moça responsável pela tour em Uyuni dizendo a ela
que poderia escolher entre uma das duas soluções: ou ir
quinta-feira à tarde para Oruro ou ir na sexta-feira de madrugada,
se houvesse ônibus. Dei por e-mail o nome da empresa com a qual
faríamos o tour nos arredores de La Paz, caso necessitasse um
contato de emergência. No final das contas ela reservou passagens
para quinta-feira à tarde, e nesse momento estou escrevendo dentro
do ônibus, e são umas seis e meia da tarde. Ficamos sabendo disso
no meio da tour, via celular do motorista. Bem, mas vamos voltar à
noite de quarta-feira. Depois dessa notícia das barricadas e das
conversas com o pessoal do tour do dia seguinte, fomos dormir. O
soroche não se manifestava, a temperatura estava não muito fria,
tomamos um bom banho quente – aliás, deve-se dizer que a
água-quente desse hostal é muito boa -, e nos deitamos. Acordei às
três da matina com dor de cabeça: o soroche manifestando-se. Com
meus movimentos e acendidas de luz a Carmen acordou. Felizmente não
estava com tonturas, mas para dormir assim não dava. Tomei meio
comprimido de paracetanol esperei um pouco e fui deitar. Deu
resultado. Às 6h30 o despertador tocou. Hora de arrumar tudo.
Deveríamos deixar as malas na portaria, pois se devéssemos sair
para Oruro na quinta-feira não permaneceríamos no hostal nessa
noite. Tomamos nosso café, deixamos as malas e Moises e a van
estavam nos esperando. Moises é um descentende de aymaras, fala
aymara e também um espanhol muito fácil para nós. Dissemos a ele
que conhecemos apenas o centro da cidade e que não havíamos
visitado nenhum mirador. Ele se ofereceu para fazer essa parte do
city tour dentro do nosso programa. De imediato nos levou ao alto da
cidade, numa pracinha dum bairro mais tranquilo e residencial, donde
se tinha uma vista fantástica da cidade. Dali nos deu várias
explicações sobre o desenvolvimento de La Paz, e a forma de vida da
população. La Paz fica entre montanhas, mas não são montanhas
rochosas, são formadas de arenito e suas escarpas são suscetíveis
de deslizamento. Desta forma, as construções estao sempre
ameaçadas. A grande maioria das casas são de tijolos à vista, mas
tijolos das próprias paredes, sem reboco. As moradias sobem
montanhas até perder-se de vista. Depois, saimos para os pontos do
programa, passando antes pela casa residencial oficial do presidente
da república, no caso Evo Morales. Chegamos ao Vale de La Luna, onde
se seguem trilhas no meio das formações rochosas. Terreno arenito e
argila desgastado pela água mostra formações semelhantes àquelas
que conseguimos com nossos castelos de areia lá na Praia dos
Ingleses, só que em tamanho gigante, tipo assim de uns 20 a 25
metros de altura. Enquanto se caminha nas trilhas aparecem ao lado
buracos que vão até os riachos subterrâneos que por ali passam.
São águas que vem por baixo desde o lago Titicaca como também, e
na sua maioria, do degelo da neve. Na cidade de La Paz, olhando-se para as montanhas e vendo a quantidade de casas lá em cima, amontoadas e praticamente ligadas umas às outras, perguntava
ao Moises: como chega a água até lá em cima? E a resposta: a água
vem ainda de cima, das montanhas. A conclusão era que, o cume da montanha
que estávamos vendo, era o cume do alti-plano, que por sua vez,
recebe agua das geleiras que estão mais altas e não podem ser vistas donde estávamos. Ficamos mais de uma hora no Vale de La Luna e acabamos
comprando alguma coisa dos locais. A Carmen um cachecol e eu uma
flauta. O cara queria me vender uma flauta de madeira de lei, mas
acabei comprando uma de bambu, bem mais em conta. Mas valeu a ajuda.
Dali rumamos para o Vale de las Animas (almas). Trata-se de paredões
de mais de cem metros, desgastados pela chuva com formações
espetaculares. Em continuação, e por uma estrada terrível,
estreita, em descida para um canion, esburacada, iamos numa
velocidade de uns 20 km por hora, no máximo.
Chegamos até lá em baixo e fomos caminhar no leito do rio, na realidade um reles riacho num vale grandioso, com paredões notáveis. Caminhamos a metade do programado e resolvemos voltar, pois se via que nada de novo encontraríamos e já estávamos bastante cansados. Dalí retoramos. Em La Paz também há rodízios de carros dentro da cidade, e a nossa van não poderia voltar até o hostal. Mas a empresa nos fretou um taxi para tal. No hotel, agora quase 3h00 da tarde, confirmamos nossa partida para logo mais, às 17h00 e fomos comer uma pizza. Acertamos a conta do hostal e pegamos o taxi até o terminal rodoviário. Fomos ao guichê da empresa transportadora e o atendente nos disse que retornássemos às 16h30. Compramos algumas coisas para comer durante a viagem, telefonamos para a agencia de viagem do salar para confirmar últimos detalhes e retornamos. O atendente nos levou ao box de outra companhia que nos alojou num ônibus leito, sem acréscimos. Legal. Saimos do centro e paramos na parte alta da cidade - El Alto, como eles chamam - onde há uma rodoviária tipo aquela do Estreito, onde os ônibus param para entrada de novos passageiros. Alí a gente presenciou cenas curiosas dignas de serem anotadas. A primeira é que há um movimento intenso de pessoas entrando e saindo do ônibus para vender de tudo, tipo jornais, bebidas, salgadinhos, roupas, produtos para saúde, etc.. Entram mulheres com seus filhos nas costas, ou com trouxas imensas que mal passam nos corredores. E incrível, o ônibus sai andando devagar como que para anunciar que está saindo mesmo, e continua o movimento de entra e sai de pessoas, passageiros e vendedores. O ônibus em que viajamos tem dois andares, sendo o de baixo o que tem os leitos e os de cima os comuns. Estamos bem em frente da porta e vemos o entra e sai direto. Bem, mas depois que partimos, a viagem está andando normal. Vamos ver como será a chegada em Oruro.
Vista de La Paz
Chegamos até lá em baixo e fomos caminhar no leito do rio, na realidade um reles riacho num vale grandioso, com paredões notáveis. Caminhamos a metade do programado e resolvemos voltar, pois se via que nada de novo encontraríamos e já estávamos bastante cansados. Dalí retoramos. Em La Paz também há rodízios de carros dentro da cidade, e a nossa van não poderia voltar até o hostal. Mas a empresa nos fretou um taxi para tal. No hotel, agora quase 3h00 da tarde, confirmamos nossa partida para logo mais, às 17h00 e fomos comer uma pizza. Acertamos a conta do hostal e pegamos o taxi até o terminal rodoviário. Fomos ao guichê da empresa transportadora e o atendente nos disse que retornássemos às 16h30. Compramos algumas coisas para comer durante a viagem, telefonamos para a agencia de viagem do salar para confirmar últimos detalhes e retornamos. O atendente nos levou ao box de outra companhia que nos alojou num ônibus leito, sem acréscimos. Legal. Saimos do centro e paramos na parte alta da cidade - El Alto, como eles chamam - onde há uma rodoviária tipo aquela do Estreito, onde os ônibus param para entrada de novos passageiros. Alí a gente presenciou cenas curiosas dignas de serem anotadas. A primeira é que há um movimento intenso de pessoas entrando e saindo do ônibus para vender de tudo, tipo jornais, bebidas, salgadinhos, roupas, produtos para saúde, etc.. Entram mulheres com seus filhos nas costas, ou com trouxas imensas que mal passam nos corredores. E incrível, o ônibus sai andando devagar como que para anunciar que está saindo mesmo, e continua o movimento de entra e sai de pessoas, passageiros e vendedores. O ônibus em que viajamos tem dois andares, sendo o de baixo o que tem os leitos e os de cima os comuns. Estamos bem em frente da porta e vemos o entra e sai direto. Bem, mas depois que partimos, a viagem está andando normal. Vamos ver como será a chegada em Oruro.
Vista de La Paz
Valle de La Luna
Valle de Las Animas
Até mais.
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