2012-08-09.
Madrugada. 4h45. O alarme nem precisou dar
sinal. Já estávamos acordados pelos respectivos relógios biológicos.
Levantamos, acomodamos as últimas coisas que faltavam nas valises abertas sobre
os móveis, vestimos as roupas já dispostas ao nosso lado e fomos tomar um
rápido copo de leite. Eu levava minhas coisas na mochila do tênis e a Carmen
decidiu-se por uma maleta. Afinal, seriam apenas oito dias em ambiente quente e
rural, com raras aparições em locais onde se exige melhor indumentária. Assim, levávamos
apenas o essencial. O Dan, que dormiu no nosso apartamento, levava apenas uma
mochila. O rádio-taxi atendeu o chamado em menos de dez minutos. No trajeto
tomamos conhecimento de um assalto com troca de tiros na Lagoa da Conceição
acontecido na noite que findava. Notícia triste e chocante. Chegamos com
bastante antecedência ao aeroporto, o que simplificou o check-in. Logo apareceu
o Marcelo. A Franciele deixou-o no aeroporto. Pouco depois, Valdir e Anastácia,
pais da Franciele, também chegaram. Estavam iniciando viagem ao Nordeste. Fran
não nos acompanharia, pois tinha compromissos na Engevix onde trabalha. Houve
tempo para tomarmos um gostoso café com pão de queijo no Café Conquilla.
A Gol foi pontual: decolamos às 8h00. Eu e
Carmen ocupamos dois lugares no lado esquerdo das primeiras filas e o Marcelo e
o Dan um pouco mais atrás, do lado direito. Valdir e Anastácia também estavam
no mesmo vôo. Viagem tranqüila. Chegamos em São Paulo - Guarulhos - por perto
das 9h00 e, ainda confinados nos corredores envidraçados, conseguimos localizar
os Kammer lá dentro do salão. Chegaram pouco antes e já estavam prontos para o
embarque. No salão do aeroporto aconteceram aqueles abraços e os Kammer foram
apresentados aos Arndt que logo se afastaram para seguir o seu destino rumo ao
Nordeste.
Também para Cuiabá o vôo foi tranqüilo e
dentro do horário. Desta vez a Gol não serviu lanches nem as tradicionais
bolachinhas com refrigerantes e assim chegamos no Mato Grosso com o ponteiro da
fome quase no 10. Um pequeno detalhe: o voo para Cuiabá tem como destino Várzea
Grande, apesar de que sempre se diz que se vai à Cuiabá. Ainda bem que as
empresas de aluguel de carros estavam prontas para nos atender. Os Kammer
utilizaram a Hertz, e os Aurich a Unidas. Cerca de uma hora depois da nossa
chegada estávamos motorizados. A Unidas alugou um March e a Hertz um Gol, ambos
com ar condicionado, pois naquelas paragens não dá para ser diferente.
Em seguida, de acordo com recomendação do
pessoal das locadoras, almoçamos no Restaurante Quintal, quase em frente ao
aeroporto. Buffet a quilo, muitos pratos quentes, assados e grande variedade de
saladas. Delícia. Um bom começo. Marcante a carne assada com alho.
Estávamos prontos para iniciar nosso
programa. Então, rumo ao Pantanal! Resolvemos que cada carro iria independentemente
do outro com combinação de encontro no portal da Estrada Pantaneira. A saída de
Várzea Grande parecia ser complicada mas não foi. Os GPS deram uma pequena
ajuda. Demoramos mais do que uma hora para chegarmos ao portal. Uma parada para
se observar o local e já os primeiros sinais da bicharada pantaneira começaram
a chamar a nossa atenção. Nos alagadiços às margens da estrada foram observados
colhereiros, porcos do mato e diversos pássaros. Logo chegaram os Kammer.
Posamos para fotos junto ao Portal. Em seguida, entramos oficialmente no
Pantanal. A Estrada Transpantaneira é uma estrada de terra e nesse mês de
agosto estava em boas condições. Não havia buracos, e mesmo com as costeletas
existentes podia-se desenvolver razoável velocidade. O problema maior é a
poeira. Fina e abundante, penetra em tudo. Ainda bem que podíamos fechar todos
os vidros e ligar o ar condicionado. A aproximadamente um quilômetro do Portal
encontramos a primeira ponte e uma das maiores atrações da região. Ao longo da
estrada e talvez em decorrência de sua própria construção há extensos vales
longitudinais com largura média digamos de uns quinze metros que acumulam
bastante água. Ou seja, a estrada é ladeada por poças d’água. Estes mananciais
são cobertos quase que por completo por água-pés e são verdadeiros criadouros
de peixes. Para além desses “lagos artificiais” estendem-se as verdes planícies
do pantanal que sazonalmente se enchem e se esvaziam de acordo com o regime de
chuvas. Na época da estiagem, justamente a época da nossa viagem, as águas se
concentram nos lugares mais baixos como esses ao longo da estrada. O resultado
é que centenas de jacarés e todo o tipo de aves pantaneiras migram para esses
locais em busca de sossego, sol e alimento. O número de jacarés impressiona.
Fica-se a poucos metros deles. Nesse local há cercas delimitando o acesso
humano ao recinto dos animais, mas junto a essas cercas, pode-se observar os
animais de cima, praticamente a 4 ou 5
metros de distância. Os jacarés ficam estáticos, imóveis, alguns com a boca
aberta, outros semi-submersos, outros uns por cima dos outros, na maioria das
vezes curtindo o sol. Difícil vê-los em movimento. Aves vagueiam junto deles, entre
eles, a procura de alimento, provavelmente pequenos peixes. Tuiuius, garças, Martins-pescadores,
socós e dezenas de outras espécies podem ser vistas em grande número por ali.
Uma verdadeira preciosidade em termos de fauna. Muitos turistas ao redor da
ponte. Ouve-se todo tipo de idioma. Alguns visitantes muito bem aparelhados para
registrar em fotos e filmes o que presenciam.
Ficamos no local seguramente mais
do que meia hora maravilhados com o que víamos. Já havíamos parado alguns
quilômetros atrás para fotografar os primeiros pássaros e jacarés, mas esse
local realmente é de tirar o fôlego de quem chega ao Pantanal. Tiramos dezenas
de fotos e ficaríamos mais tempo ali se não tivéssemos de continuar a viagem
para localizar nossa pousada. Entramos no carro e prosseguimos. Mais alguns
quilômetros e encontramos a placa indicativa da Estância Vitória onde fica a
Pousada UESO, na qual fizemos reserva.
A Pousada UESO tem uma estradinha de acesso
de uns 700m mais ou menos. É bastante arborizada mas nessa época as árvores
estão um pouco desfolhadas. A pousada é simples porém muito agradável. Há uma
sala para refeições toda envidraçada e com telas, o que mantém os insetos
afastados. Há muita madeira aparente na construção desse espaço. As refeições
são servidas tipo Buffet e a quantidade de alimentos ajusta-se à quantidade de
hóspedes do dia. Tivemos na nossa estada um jantar e um almoço na pousada.
Havia uns três tipos de salada, arroz, feijão, carne (frita ou assada), três
tipos de molho para tempero, mostarda, pimenta fraca e forte, e combinações. O
café da manhã muito bem servido, com sucos de dois tipos, iugurte, café, leite,
Nescau, pães caseiros, manteiga, doces e salames, queijos e outros quitutes.
Os quartos são simples e limpos, com
banheiro grande e água não muito quente. Coisa que há muito não víamos encontramos
nos quartos: mosquiteiros. Os colchões eram confortáveis.
Logo na chegada passamos a explorar o
espaço. Há um curral com algumas vacas e cavalos e bem próximo às instalações
há um lago em cujas margens, em plena floração, exibiam-se dois belos ipês rosa.
Foram devidamente registrados por todas as câmeras disponíveis. Junto com Dan,
Gabriel e Lucas pude constatar que dois jacarés pequenos habitam o lago, pois
foi fácil reconhecê-los nadando em nossa direção na esperança de conseguir quem
sabe algum alimento. Ainda observamos um casal de araras azuis exibindo-se no
topo de uma árvore desfolhada. Depois, com o calor, a gurizada se atirou na
piscina no que foram seguidos por alguns dos grandes. O calor fez com que eu e a Carmen
procurássemos o seu João Luiz, o gerente, para pedir uma cerveja. Anoitecia. Sentados
a uma mesa ao ar livre na lateral do salão de refeições, saboreamos uma gostosa
Petra, cerveja escura da região.
À noite, os Kammer propuseram sair na
estrada para observar animais e estrelas. Fui com eles. Os demais preferiram
ficar na pousada para descansar. Andamos alguns quilômetros para um lado e
depois para o outro e nos decepcionamos por não encontrarmos os animais que
esperávamos encontrar, senão alguns sapos e coelhos. Mas a aventura valeu pela
parada que fizemos para observar o céu. Estacionamos, desligamos o motor do
carro, apagamos as luzes e desembarcamos em plena estrada. Uma escuridão
absoluta reinou por alguns minutos. Não se enxergava nada. Então, o céu
apareceu repleto de estrelas, milhares delas. A Via Láctea ficou aparente.
Permanecemos alguns minutos apreciando o espetáculo e aos poucos percebemos que
começávamos a enxergar os nossos vultos, o carro, as árvores. Curtimos mais um
pouco o ambiente e resolvemos voltar. A noite foi reparadora. Estávamos
cansados da viagem e só acordamos na manhã seguinte com a maravilhosa sinfonia
da passarada, notadamente dos aracumãs.
2012-08-10.
Quando eu e a Carmen saímos do quarto ainda
era cedo para o café. Decidimos andar um pouco pela fazenda. Antes os Kammer já
haviam saído a pé e depois de percorrer a estradinha de acesso estavam lá pelo
portal da fazenda. Visitamos a pequena lagoa próxima dos quartos e localizamos
dentro d’água os dois pequenos jacarés que a habitam. Tiramos algumas fotos e
fomos também pela estrada de acesso. Apesar da intensa barulheira, poucos foram
os pássaros que conseguimos ver. Num pequeno laguinho de não mais de oito
metros descobrimos uma dúzia de jacarezinhos com cerca de meio metro cada um.
Nenhuma notícia da mamãe jacaré por ali. Prosseguimos e logo encontramos os Kammer
retornando. Carmen continuou seu projeto indo até o portal enquanto eu
permaneci examinando as plantas e tentando captar a imagem de algum pássaro,
sem sucesso.
Voltamos à sede da fazenda e fomos para o
café. O ambiente é o mesmo da janta, agradável e bem servido. Dois ou três
sucos naturais de frutas, omelete, pão caseiro, etc, etc. O seu João Luiz desde
o dia anterior colocava-nos frente a duas alternativas: passeio a cavalo ou
passeio no rio. Ele nos garantia que o passeio a cavalo era tranqüilo e que os
animais eram por demais mansos. No entanto, como a experiência da turma em
equitação estava próxima de zero, optou-se pelo passeio de barco. No final,
creio que foi a melhor escolha. Entramos nos carros, água nas garrafas, bonés e
chapéus nas cabeças, seguimos o carro dos guias, sendo o Marco o mais
experiente. Para chegarmos ao ancoradouro dos barcos (barcos de alumínio cada
um para umas quatro ou seis pessoas) foi preciso irmos até outra fazenda – a
Fazenda Rio Clarinho – distante uns dez quilômetros da nossa. A estrada de
acesso ao núcleo dessa fazenda é longa e bem esburacada. Passamos por porteiras
que tivemos de abrir e finalmente chegamos. Enquanto os guias preparavam os
barcos fomos explorar a torre de vinte e dois metros de altura, toda em madeira
da região, bem próxima ao ancoradouro. Composta de troncos de árvores na sua
estrutura principal e sem muita segurança lateral (havia apenas uma travessa
lateral de madeira na altura de uns 70 cm para proteção nas plataformas e nas
escadas), a torre proporciona uma visão ampla da imensa e plana região. Nessa
época destacavam-se os ipês roxos pontilhando o verde das planícies com sua
coloração característica.
Quando o pessoal acumulou-se lá no topo, qualquer
movimento resultava no balanço de toda a estrutura da torre, o que não deixava
de ser também uma emoção adicional. Uma arara Canindé empoleirou-se num galho
bem próximo à torre e ali ficou, como que participando da nossa escalada.
Obviamente foi clicada por todas as câmeras presentes. Fui um dos últimos a
descer e quando cheguei ao ancoradouro os barcos estavam praticamente prontos
para a saída. Havia muitos mosquitos ali e o pessoal reclamava da ardência das
picadas. Mas ao zarparmos os mosquitos nos deixaram em paz. Num dos barcos
fomos eu, a Carmen e os três guris. No outro, o Marcelo, o Leonardo e a Deca.
Cada barco com seu guia-remador. Nós só no bem-bom. Também não se exigia muito
esforço nos remos, pois não havia corrente na água, nem vento. Na verdade, a
água estava espelhada e a paisagem pantaneira, espetacular. Íamos lentamente,
silentes, procurando descobrir na galhada da vegetação os pássaros no seu
habitat.
Os guias se esforçavam para nos mostrar os Martin-pescadores, os
gaviões, os socós, etc. De vez em quando, um jacaré descansando na beira do
rio. O pássaro que mais chamou atenção foi o Gavião Belo. O guia entrou em
comunicação sonora com o bicho que respondia, aguardando uma guloseima que
acreditamos seja rotineira. O guia anexou a um ramo de água-pé um pedaço de
peixe fresco e jogou-o na água. Não demorou nada para que o gavião alçasse vôo
e, gritando, capturasse o peixe num rasante sobre a água. Em seguida, pousou
nos galhos da árvore para saborear o presente. O Dan conseguiu filmar a cena. O
sol estava quase na vertical, mas os nossos chapéus davam conta do recado.
Depois, na volta, estacionamos próximos a uma das margens e os guias nos
ofereceram os caniços para a pesca. Eles preparavam os anzóis e as iscas e nós
nos divertíamos tentando pegar algumas piranhas. Todos conseguiram pegar algum
peixe. Impressionante como há piranhas naquelas águas. É muito divertida a
pesca. Os peixes pequenos fisgados pela boca eram devolvidos ao rio enquanto
que os graúdos eram conservados no barco. Depois seriam aproveitados pelos
guias nas suas refeições em família.
Por volta do meio-dia chegamos encalorados
à fazenda e fomos direto para a piscina. Uma festa refrescante. Recompostos,
veio o almoço. Novamente, uma comida simples e gostosa. Nossa saída teria de
ser até as 15horas, completando a diária. Mesmo com o calor e o sol forte do
início da tarde, o Leonardo ainda teve disposição para percorrer a pé a trilha
da sede da fazenda até a beira do rio. Foi uma experiência que apenas ele
curtiu. Bem que ele fez. Os demais estavam cansados e temerosos do sol forte.
Às 15h00 estávamos prontos para pegar
poeira. Resolvemos seguir adiante na Estrada Transpantaneira para conhecer o
que ela dispunha. Na saída, ainda na estrada de acesso da fazenda, vimos um
casal de seriemas. Já na Transpantaneira, andamos bastante e paramos algumas
vezes para apreciar os alagadiços repletos de pássaros e jacarés. Passamos
também por diversas outras fazendas, identificadas pelos respectivos portais ao
longo da estrada.
Depois de algum tempo, nos encontramos todos na Fazenda
Mato-Grosso, cuja qualidade nos impressionou. Situada às margens de um
caudaloso rio, dispõe de ótimas instalações de hospedagem e de um porto para
atracação de barcos. Fomos recebidos pelo senhor Pedro, gerente da fazenda que
teve a gentileza de nos mostrar tudo do lugar. Acreditamos que muitas dessas
fazendas pertencem a estrangeiros, pessoas que, tendo conhecido o Pantanal,
reconheceram o seu valor e resolveram investir e mesmo mudar de vida, adotando
o lugar para viver. Assim é que essas fazendas têm gerentes, pessoas
competentes que cuidam da administração, normalmente brasileiros, e têm os
proprietários, um bom número de estrangeiros, que normalmente têm outras
fazendas, entre as quais distribuem as suas atividades. Na fazenda Mato Grosso,
houve três momentos significativos: o da arara azul, o dos jacarés e o da
visita às instalações. A arara azul grande, espécie em risco de extinção e dona
de muita força no bico, solta pelo Ibama depois de um tratamento que recebeu,
adotou a fazenda para seu habitat. Ela é livre e solta, mas prefere os
arredores da fazenda. É mansa, vai aos ombros dos visitantes e se dispõe a
tirar fotos e receber cafunés nas penas da cabeça. Parece curtir o carinho das
pessoas. O Gabriel e o Marcelo foram fotografados com a arara nos ombros. Uma
recordação e tanto. O Gabriel confessou depois que ficou um pouco nervoso com a
arara no seu ombro, pois sabia que uma bicada dela na sua orelha resultaria num
bom estrago. O Marcelo, por sua vez, disse que não sabia da força do bicho, mas
o que mais o marcou foi o bafo de arara no pescoço. Enquanto estávamos lá, a
arara destruiu a borracha de vedação da porta de uma pick-up que estava
estacionada no pátio. Bico poderoso. Outro ponto de destaque foi o comando dos
jacarés feito pelo seu Pedro. Ele saiu gritando “Zico, Zico, Zico” na margem do
rio e o que se viu foi uma turma de jacarés atendendo o chamado e
aproximando-se do ancoradouro, como a espera de alguma comida. Mas o seu Pedro
nos garantiu que nada se dá para os jacarés, e que isso inclusive é punido com
multas, caso aconteça. Os jacarés atendem mesmo é o chamado. O porquê do nome
Zico é que não se sabe exatamente. Depois, visitamos uma das habitações, de
ótima aparência.
Dali, os Kammer resolveram seguir adiante
pela Transpantaneira e os Aurich decidiram retornar para Poconé. Nesta etapa do
retorno, reduzimos a velocidade algumas vezes para observar os bichos que
vagavam sobre a estrada. Uma delas foi para fotografar dois ou três quatis.
Desses temos fotos. Outra, depois de nos surpreendermos com a “nossa” famosa
panterinha negra que fugiu sem deixar rastros nem imagens nas câmaras. Os
Kammer até hoje não acreditam na nossa onça preta. Depois, reduzimos a marcha para
vermos o “jacaré de madeira” - que o Marcelo havia anunciado de longe - fugir
para os alagadiços. Realmente, de longe parecia um toco sobre a estrada.
Próximo ao Portal da Estrada Pantaneira, depois
de passarmos por ele na volta, enveredamos para a direita e fomos conhecer as
instalações da Pousada Piuval. Nosso objetivo era ter uma idéia do que a
pousada oferecia, pois estávamos ainda em dúvida sobre o que fazer no dia
seguinte. O nosso programa era passar um dia completo, na modalidade “Day-use”
numa das fazendas da região. Gostamos das instalações, mas os passeios
disponíveis para o dia seguinte estavam já lotados, restando apenas os do
horário do meio dia. Por isso, descartamos essa fazenda nos nossos planos.
Chegamos a Poconé ao anoitecer. Tínhamos
reservas no Hotel Skala, um hotel simples, mas acolhedor, com um café da manhã
muito bom. O apartamento que foi designado para mim e a Carmen estava com o
chuveiro queimado, e tivemos de fazer uma troca. Mas ficou tudo bem. À noite,
fomos todos a passos para o Restaurante Tradição, onde saboreamos pratos
típicos da região, como o “Jacaré a Belle Mounier” e o “Pintado Ensopado”, além
de pizzas. Tanto nessa noite como na seguinte nos deparamos com situação
inusitada na calçada próxima ao restaurante: bares e carros disputavam para ver
quem tinha música mais poderosa. E à noite, ouvimos até altas horas música
sertaneja varrendo o ar.
2012-08-11.
Com algumas recomendações da internet e de
outras pessoas da região saímos à procura de uma fazenda para cumprir o nosso
programa e fazer um “Day-use” naquele dia. Entramos na primeira recomendada que
era a Fazenda Portal Paraíso, logo após o Portal da Estrada Transpantaneira e
bem próxima da ponte onde se concentra o maior número de aves e de jacarés do
Pantanal. Conversamos, negociamos com o seu Guilherme e acabamos decidindo
ficar por ali mesmo. A fazenda oferecia almoço, piscina, bicicletas, e tinha
disponibilidade para uma trilha no final da tarde. Tudo como desejávamos. Foi
uma boa decisão, pois não perdemos mais tempo com escolhas. Esta fazenda tinha
um carramanchão enorme onde havia redes e uma churrasqueira que não foi
utilizada pela nossa turma. Nesse carramanchão, uma arara canindé estava
acomodada nas vigas do telhado e foi uma atração a mais. Junto à piscina, uma
torre de uns oito metros de altura permitia uma visão dos arredores da fazenda.
De início, fomos nos preparar para ir até a ponte utilizando as bicicletas. Essas
não eram lá essas coisas, a gente precisava fazer força para progredir, mas
andavam. A corrente da do Lucas desencaixava seguidamente. A do Gabriel tinha o
guidom frouxo e a da Deca tinha problemas de freios, ou melhor, não tinha
absolutamente nenhum freio. A minha e a do Leonardo estavam um pouco melhores.
O Dan não conseguiu deslanchar com a sua e quando fez tentativas por azar deu
um mau jeito no tornozelo. Isso ainda dentro da área da fazenda. Nem foi
conosco. A Carmen e o Marcelo ficaram com ele na fazenda. Não vi, mas a Carmen
também andou tentando cavalgar uma bici e não se deu bem por causa do piso
irregular e pedregoso da fazenda. Nossa expedição até a ponte com as bicicletas
foi muito boa, repassando os lugares que visitamos no dia anterior e sacando
muitas fotos. Tuiuius e socós em abundância e jacarés às centenas, além de
capivaras, porcos, garças e muitos outros bichos. Muitos estrangeiros com suas
possantes câmeras estavam no local. Comemos um bocado de poeira nesse tour ciclístico.
Em seguida passamos por
um caminho suspenso feito em madeira cujo estado estava a desejar: muitas
tábuas apodrecidas. Era preciso prestar atenção para não cair nos buracos ou
perder o equilíbrio nas partes frouxas. Vimos e fotografamos o abraço da morte
dado pela figueira. Aprendemos que a figueira lança suas raízes a partir do
solo subindo em outras árvores, enroscando-se e, por fim, matando a árvore
hospedeira. Vimos um ninho de tuiuiús com o casal de plantão. Uma oportunidade
espetacular.
Aprendemos que os tuiuiús praticam a monogamia e por vezes, na
falta do companheiro, se acasalam com parceiros do mesmo sexo. Vimos capivaras
ao longe e alguns pássaros da região. Uma das árvores que predomina no Pantanal
é o Cambará, que tem uma floração amarela não muito intensa.
O Mateus também
nos revelou que os jacarés têm duas membranas sobre os olhos, uma vertical e
outra horizontal. Vimos também ipês-roxos e bandos de cardeais. No meio do mato
encontramos um quati empoleirado no topo de uma árvore. Claro que foi o Gabriel
o primeiro a notar o bicho lá em cima. Na fazenda, numa passagem feita com
tubos de concreto sob a estrada interna, havia um ninho de araras canindé. Uma
delas andava dando plantão ali no chão. Ficava pousada no chão e voava com a
aproximação das pessoas. A Deca e o Gabriel estiveram bem perto dela. Aproveitamos
o final da tarde para fotografarmos o notável por-do-sol.
O Lucas foi o
privilegiado que colheu um bom número de carrapatos obtidos na caminhada. No
final do dia, pagamos a conta e retornamos ao Skala, em Poconé. Antes de
sairmos, o Mateus disse que o Gabriel iria ficar na fazenda, pois pela sua
curiosidade e interesse pelas coisas da região indicavam que ele seria um
excelente parceiro na condução da fazenda. A noite foi semelhante à anterior,
com jantar no Tradição e com músicas nas calçadas.
2012-08-12.
Esse foi um dia de viagem. Saímos de Poconé
de manhã não muito cedo rumo às áreas de flutuação e cachoeiras. Ainda em
Poconé, paramos numa loja de artesanato. Aproveitamos todos para comprar alguma
lembrança para nossos amigos e para nós mesmos. Depois, seguimos viagem. Acontece
que tínhamos de atravessar a cidade de Cuiabá. Levei os dois GPS que tenho e
cada carro ficou com um. Os Kammer e os Aurich fizeram viagens independentes.
Os GPS ajudaram a passar por Cuiabá, mas complicaram as decisões sobre que
estradas tomar após Cuiabá. Os locais de flutuação ficam bem afastados da cidade
de Nobres e acabamos seguindo direto para Nobres. A comunicação por celulares
também não funcionava porque não havia sinal das empresas operadoras nas
estradas. Nós, os Aurich, chegamos em Nobres após o meio-dia e depois de pedir
informações achamos o restaurante Xaxim, que oferecia espeto corrido e Buffet.
Fomos os últimos clientes aceitos para o espeto corrido. Ufa! Foi um bom
almoço. Ato seguinte, nosso problema era saber para onde seguir. Pensávamos
estar próximos da nossa pousada. Ledo engano. Novamente pedindo informações,
encontramos numa agência de turismo o socorro providencial. A atendente nos
forneceu um mapa manuscrito que está disponível na agência especialmente para
pessoas perdidas que chegam a Nobres em busca das pousadas. O mapa fornece
direitinho o caminho a seguir até as pousadas. Então, pegamos uma estrada de
terra, em bom estado, diga-se de passagem, e andamos uns 60 quilômetros até
chegar à nossa pousada, o Recanto Ecológico, a poucos quilômetros da Vila Bom
Jardim.
Baixamos as nossas coisas e ficamos no aguardo dos Kammer que chegaram
uma hora depois. Essa pousada é bastante simples, mas agradável. Dispõe de um
carramanchão com quatro “redes” feitas com sarrafos onde diversas vezes nos
relaxamos para uma conversa qualquer, após as refeições. Os quartos são
simples, mas sem telas. Os inseticidas ajudaram. Durante o dia, o calor é
intenso, mas à tardinha refresca. A região tem várias pousadas, todas
aproveitando o potencial dos pequenos rios com águas piscosas e transparentes. Tanto
é que, nossa primeira flutuação foi feita nessa pousada e a segunda, na pousada
ao lado, em águas do mesmo Rio Salobra. A comida era simples mas gostosa.
Sempre há peixe frito na refeição. E também não falta uma farofa com pedaços de
uma variedade de banana local. Tudo, limpezas e refeições, era feito pela
mulher do gerente, uma moça nova, loira e com um filho de colo. Trabalha muito
a jovem senhora.
2012-08-13.
A manhã foi ocupada com a ida ao aquário e com
a primeira flutuação. Tudo começou com a entrega do equipamento para flutuação.
Recebemos máscaras, coletes e chinelos tipo crock. Daí, saímos todos, guiados
pela Guia Odeniza, em direção ao aquário.
Andamos aproximadamente um
quilômetro. O aquário é um poço com superfície não maior do que uns 50 metros
quadrados. Sua água é cristalina, azulada, e repleta de peixes. Predominam as
piraputangas, mas tem também pacus, dourados e ... paulistinhas. Esses
paulistinhas são uns pentelhos, pois ficam bicando as pernas das pessoas. Dizem
que algumas pessoas usam esses peixes para fazer limpeza de pele. O que se faz no
local é entrar na água com o snorkel para observar os peixes cara a cara.
Maravilha. Há lugares em que a profundidade chega a 8 metros, segundo Odeniza.
Não dá para avaliar a profundidade simplesmente pela observação. Mas é uma
beleza ver aquela quantidade de peixes coloridos nadando ao seu lado. A água é meio azulada.
Permanece-se cerca de
meia hora no aquário e então toma-se uma pequena trilha para chegar ao início
da flutuação. Ali, basta se jogar na água, deitar-se de barriga para o fundo e
deixar-se levar pela corrente. Os peixes são mais escassos, mas o fundo do rio
tem muitos atrativos. A água é transparente. Cem por cento cristalina. Depois
de uma meia hora termina a flutuação com a maioria tremendo de frio. O Lucas
tremia dos pés a cabeça. Coisa boa pegar o calor novamente. O Dan foi o único que não se deu bem com o
snorkel e não acompanhou a flutuação. A Carmen ficou fazendo-lhe companhia. Mesmo
assim, pôde dar uma olhada nos peixes no aquário. Retornamos à pousada e fomos
para o almoço. As mesas e os bancos eram de madeira, tábuas rústicas, grossas e
largas, obtidas da mata. A comida era servida em Buffet. Estávamos com receio
de ingerir água local, via sucos, mas afinal acabamos bebendo sem problemas.
Havia bebidas enlatadas.
À tarde, rumamos para a fazenda vizinha, a
fazenda Reino Encantado, para a segunda flutuação. Esta fazenda é bem mais
apresentável do que a que reservamos. Não havia guia para nos levar e no final
das contas, foram buscar a Odeniza no Recanto Ecológico e ela novamente nos
acompanhou. Esta flutuação é bem mais longa do que a primeira, mas tem uma
atração especial: as ressurgências. São as nascentes d’água, que brotam da
areia no fundo do rio e que podem ser observadas na flutuação. É um fenômeno
natural muito interessante. Você pode observar uma espécie de borbulho na
areia. A explicação é de que essa água vem pelo subsolo a partir da Lagoa Azul,
cujo acesso estava interditado pelo IBAMA. Nessa flutuação vê-se poucos peixes
e no trajeto passa-se por locais onde há pedras afiadas que exigem um certo
cuidado. Há também tocos atravessados no rio para trazer alguma emoção. Ao
final, novamente, quase todo mundo com frio. Os acessos aos locais de flutuação
são trilhas muito bem cuidadas e alguns trechos dispõem de caminhos com pisos
de madeira. Valeram as duas flutuações. Sítios privilegiados do Brasil.
No final da tarde fomos até a Vila Bom
Jardim acertar o programa do dia seguinte na agência de viagens. Também,
aproveitamos para visitar a Lagoa das Araras, que é um local alagado por uma
barragem de pequena altura. O lago, digamos de uns duzentos metros de lado a
lado, é cheio de pés de palmeiras em fase de deterioração pelo alagamento. Muitos
já não têm as folhas. Nos caules solitários as araras fazem seus ninhos. É um
local de inegável beleza, com a água espelhada e as árvores cheias de araras e
outros pássaros. O barulho que essas aves fazem é contínuo e o cenário
espetacular.
Permanecemos ali cerca de uma hora, depois retornamos à fazenda
para o jantar. Em seguida, nos recolhemos.
2012-08-14.
Na noite anterior, depois de ponderarmos
sobre as possíveis atividades do dia – tínhamos alternativas de nova flutuação
ou de cachoeira – resolvemos pela de cachoeira. O Gabriel não se sentia bem,
estava febril e não era recomendado sair para nova flutuação. Assim, cedo pela
manhã, voltamos à vila e pegamos o nosso guia, o seu Veríssimo, ou Bugio, como
ele disse ser apelidado. Foi uma viagem de cerca de 40 km até chegarmos a uma
imensa fazenda pertencente ao SESC. Para chegarmos até a sede da fazenda tivemos
de passar com os carros por um rio de uns 5 metros de largura, mas sem nenhum
risco de atolar. Seu Bugio conhecia bem o caminho. Na sede encontramos araras
azuis e vermelhas que usualmente ficam por ali atraídas pelos alimentos
colocados pelos empregados.
No banheiro disponível foi encontrado um jaboti,
que ali permaneceu estático, num canto. Rumamos para a cachoeira. Estacionamos
nas proximidades e subimos 250 degraus e depois descemos 178 até chegarmos ao
pé da queda. O Gabriel ficou antes das escadas com a Claudia e depois com o
Leonardo. A água era gelada e o lago profundo. A cachoeira muito bonita. Aliás,
locais onde há cachoeiras sempre têm uma beleza especial. O Lucas foi quem mais
aproveitou as águas. Nadou por tudo, inclusive chegou até o local onde existia
um fluxo de água morna, que brotava de alguma fresta da rocha.
Permanecemos
apenas o tempo necessário para explorarmos o local, depois retornamos. Nesta
viagem vimos muitos aricás, árvores com floração vermelha, semelhante ao ipê
roxo. Os Kammer resolveram retornar imediatamente para a vila e ficamos de nos
encontrar no restaurante Estivado, onde também havia um aquário com peixes. Os
Aurich foram com o seu Bugio até a sede da fazenda retornar as máscaras e
coletes que haviam sido emprestados. Perto do meio-dia estávamos todos no
Estivado. Na chegada demos uma pequena gorgeta para seu Veríssimo e ele ficou
tão agradecido que até nos comoveu. Para essa gente simples um reconhecimento
do serviço é uma gratificação muito grande. Aproveitamos muito o aquário ao ar
livre do Estivado. É um pequeno lago mantido pelo pessoal que explora
comercialmente o ponto, com inúmeros peixes, especialmente as piraputangas.
Água cristalina e profundidade de uns 80 cm. Talvez as medidas do lago sejam de
uns 20x20m. Pode-se mergulhar e caminhar entre os cardumes. Os peixes ficam por
ali devido à quantidade de buritis do local, seu alimento predileto. Os
turistas aproveitam para colher polpa de buriti para ver os peixes pularem fora
d’água para alcançarem a comida. Conseguimos filmar alguns saltos com o
Leonardo fixando polpa de buriti numa vara de bambu. É proibido alimentar os
peixes com ração ou outra comida. Perguntado se comia algum peixe do local, o
rapaz gerente do Estivado disse que ele não tem mais coragem nem de comer
piraputanga de outros criadouros, tal a afinidade e carinho que aprendeu a
cultivar pelos animais. Nesse local até o Dan entrou na água no meio dos peixes
e se divertiu, coisa que deixou de fazer nos outros locais por não se adaptar
ao snorkel.
Depois do delicioso almoço, nos preparamos para a partida em direção
à Chapada dos Guimarães. No estacionamento, um bando de macacos aguardava nossa
chegada na esperança de captar algum presente. Fomos alertados que eles podem
roubar objetos e fugir com eles. Realmente aproximaram-se bastante, mas nada
aconteceu. Tornaram-se apenas uma atração a mais. Ainda paramos no Supermercado
Bonzão e compramos água, sucos, frutas e saboreamos uns picolés.
Partimos em direção à Chapada. Já na
estrada de acesso desfrutamos do avermelhado e maravilhoso visual das escarpas
da Chapada. Chegamos ao entardecer. Ficamos na Pousada Bom Jardim bem no centro
da cidade. Muito agradável a pousada, com um bom estacionamento na parte
interna. Gabriel ainda estava febril e sem vontade de sair. Os Kammer decidiram
jantaram na própria pousada, trazendo pizza de fora. Os Aurich também comeram
pizza, mas foram até a Pizzaria Margarita, a mesma onde os Kammer compraram as
suas.
2012-08-15.
Saímos pelas 9h00 com o Guia X em direção à Cachoeira Véu
de Noiva. Em relação à visita que fizemos há alguns anos atrás, a Chapada está
muito modificada. Muitos locais turísticos estão interditados pelas
autoridades. Mesmo assim, a Cachoeira Véu de Noiva é uma atração especial.
Agora há uma trilha bem delimitada, e o acesso é organizado. No local o guia
nos mostrou pedras com fósseis em forma de conchas indicando que as rochas da
Chapada já estiveram no fundo do mar. Os paredões da Cachoeira agora apresentam
uma falha, cavidade de onde se desprenderam pedaços de rochas que caíram sobre
o leito do rio lá em baixo. Na ocasião, turistas morreram e por isso parte das
trilhas estão interditadas. Vimos muitas araras e alguns pássaros coloridos,
especialmente dois saís-azuis, um azul e um verde, da mesma espécie, macho e
fêmea. Na vegetação, a canela-de-ema matou a nossa saudade do Cerrado.
Depois
da Cachoeira fomos até o Ponto Geodésico, marco deixado pelo Marechal Rondon,
em 1945. De lá, borda do planalto da Chapada, desfrutamos de uma vista
fabulosa. Um vento forte tentava nos empurrar para a beira da montanha. Depois
fomos ao Morro dos Ventos, também no limiar dos desfiladeiros, onde existe um
local amplo com um belo restaurante. Almoçamos ali. Talvez o melhor almoço, considerando-se
a qualidade dos pratos. Mas também o mais caro. A paisagem convidava os
fotógrafos a usarem suas câmeras. Aqui sim, os paredões da Chapada são
verticais.
Depois, os Kammer decidiram ir direto para Cuiabá enquanto os Aurich
foram até a Cachoeira da Martinha, situada a 40km na direção oposta. A
Cachoeira da Martinha fica ao lado da estrada e na realidade se compõe de três
saltos seguidos. Havia muitos banhistas refrescando-se nas águas claras. Não
estávamos com roupas de banho e por isso não entramos na água, que estava
convidativa. O calor também incentivava um banho, mas tudo ficou apenas na
vontade.
No retorno, paramos nas plantações de algodão, verdadeiros lençóis
brancos a perder de vista, para sentirmos nas mãos o algodão no arbusto e
tirarmos algumas fotos. Valeu.
Depois, deixamos o guia na entrada da vila e
rumamos para Cuiabá, na verdade, Várzea Grande, em busca do hotel Cerrados. O
GPS ajudou muito nessa tarefa. Vencida esta última etapa da viagem, assim que
nos acomodamos, entregamos os carros. Os Aurich na Unidas e os Kammer na Hertz.
O nosso March estava imundo e tivemos de pagar um extra de R$ 20,00 para a
limpeza, valor muito baixo em vista da poeira acumulada em todos os cantos do
veículo. Jantamos num bar próximo ao hotel. No dia seguinte, de madrugada,
estaríamos no aeroporto, aguardando o vôo para Florianópolis.
Já tinha lido o texto antes, por email. As fotos estão muito boas, vou copiar algumas! Deca
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